AO MENOS 4.500 PROFISSIONAIS DE SAÚDE MORRERAM NA PANDEMIA, DIZ PESQUISA
Ao menos 4.500 profissionais da saúde morreram em decorrência da Covid-19 no Brasil nos primeiros dois anos de pandemia, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 13, pela PSI (Internacional de Serviços Públicos). A maioria das vítimas eram auxiliares e técnicos de enfermagem e estima-se que dois terços delas não tinham carteira assinada.
A pesquisa foi encomendada ao estúdio de inteligência de dados Lagom Data pela Internacional de Serviços Públicos, federação sindical global que representa mais de 700 sindicatos em 154 países, e baseia-se no cruzamento de dados do Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho e Previdência. Foi divulgado também o episódio brasileiro da série documental “Behind the Mask” (por trás da máscara, em português), sobre o impacto das decisões políticas e da corrupção no enfrentamento à crise sanitária.
De acordo com o levantamento, cerca de 70% dos trabalhadores da saúde que morreram eram auxiliares e técnicos de enfermagem, 25%, enfermeiros, e 5%, médicos. Ao todo, 80% dos profissionais eram mulheres, maioria em atuação na área.
No documento Perfil da Enfermagem no Brasil, divulgado pelo Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), em 2016, o país possuía 1.389.823 auxiliares e técnicos de enfermagem, sendo 85% do sexo feminino. Na época, havia 414.712 enfermeiros, sendo 86% mulheres.
A pesquisa mostra ainda que, em 2020, quando os profissionais chegaram a atuar sem equipamentos de proteção adequados e ainda não havia vacina disponível contra a doença, o país registrou o dobro de mortes de trabalhadores da saúde em relação à média dos dois anos anteriores.
“Em 2021, quando o descaso do governo e a pressão pela reabertura levaram o Brasil aos piores índices de mortalidade, profissionais da saúde tiveram prioridade na vacinação e, com isso, a sua mortalidade começou a cair três meses antes do restante das profissões”, afirma o estudo, divulgado em caráter preliminar.